A Sardenha é uma das regiões italianas mais fascinantes e mágicas. É um destino que conquista o coração e a mente de quem tem a sorte de visitá-la. Famosa principalmente pelo mar e pelas belezas naturais, também se destaca por uma cultura culinária particularmente rica e única em seu gênero. Contudo, existem alguns anedóticos que poucos conhecem, e que tornam este lugar ainda mais misterioso.
Como demonstrado pelos numerosos achados arqueológicos encontrados na ilha, a Sardenha foi habitada desde o Paleolítico, mas há uma coisa ainda mais interessante e curiosa que torna esta ilha objeto de numerosos estudos socio-demográficos: a longevidade de seus habitantes. A Sardenha, de fato, é composta por uma população que consegue ter uma expectativa de vida particularmente longa em relação ao restante dos europeus, são numerosas as pessoas que chegam a soprar as incomuns 100 velas. Parece que, a esse respeito, existe uma explicação científica de que o conjunto genético dos habitantes combinado à alimentação sarda permite que os habitantes da ilha vivam assim por longos anos.
A árvore mais antiga da Itália encontra-se em Sardenha, em Luras, um município na província de Olbia Tempio. Trata-se de um Olea europaea, uma oliveira que, segundo estimativas universitárias precisas, tem mais de 4.000 anos. Esta oliveira tem cerca de 14 metros de altura, um diâmetro do tronco de 11 metros e meio e 21 metros de diâmetro de copa. Ela se tornou um verdadeiro símbolo para a comunidade e é conhecida pelo nome de S’Ozzastru, que em dialeto sardo significa O Olivastro ou O Patriarca. Segundo especialistas, a oliveira sobreviveu por tanto tempo graças à sua capacidade de se adaptar às condições climáticas extremas da Sardenha, como os ventos fortes e as altas temperaturas de verão.
Muitos acreditam que Roma seja a cidade mais antiga da Itália e da Europa, mas na verdade é Sulky, atualmente Sant’Antioco que se encontra no sul da Sardenha, onde os restos e ânforas encontrados nesta área datam de 800 a.C., muito mais antigos que os achados romanos datados de 753 a.C., o ano de fundação de Roma. Isso testemunha que Sulky já era um importante porto comercial que comercializava com o Oriente.
A Sardenha poderia também ser a pátria do mito de Atlântida: a cidade submersa que muitos tentaram encontrar. Na verdade, segundo algumas teorias, seria aqui que se localizaria a mítica cidade que foi submersa pelas águas. Platão descreve o reino de Atlante definindo-a como “uma ilha maior que a Líbia e a Ásia, poderosa, civilizada e sagrada a Poseidon, deus do mar, cujos habitantes eram construtores de torres”.
Sergio Frau, jornalista e fundador desta hipótese, sustenta que todas essas características podem realmente ser encontradas na Sardenha e não em outro lugar. Aos olhos de nossos ancestrais, a Sardenha parecia muito maior que a Sicília, mas principalmente, devido ao clima excepcionalmente ameno, à abundância de água e à riqueza de florestas, era um território que tornava possível produzir três colheitas por ano, indispensáveis para a sobrevivência da população. Não só isso, a abundância de metais como chumbo, zinco e prata permitiu aos Thyrsenoi - os Tirrenos, nota - construir altas torres, os chamados nuraghes. O que aconteceu depois? Isso, infelizmente, só a história pode confirmar, mas a hipótese mais acreditada e provável é a chegada de um tsunami de proporções enormes que teria afogado sob a lama a maravilhosa e próspera ilha de Atlântida.
A Accabadora é uma figura presente na tradição sarda, que tinha a tarefa de "acompanhar" os moribundos em direção à morte. Segundo a tradição, a Accabadora era uma mulher que era chamada à casa de uma pessoa moribunda para ajudá-la a morrer em paz e com dignidade, sem sofrer muito. Diz-se que essa figura sufocava a vítima ou a matava com um golpe de bastão. Não falta quem sustente, porém, que na verdade a figura da Accabadora era apenas de acompanhamento, humano e espiritual, ao moribundo e não tinha nenhum papel em sua morte, e que o lado macabro da tradição foi originado principalmente pelas histórias contadas ao redor do fogo. A Accabadora era, de qualquer forma, considerada uma figura respeitada na comunidade, e costumava receber um pagamento por seu trabalho, não dos parentes da vítima, pois isso era contrário ao ditado religioso. Sua presença era vista como um sinal de piedade e respeito pelo moribundo, e seu papel era ajudar a pessoa a passar para o outro lado de forma tranquila e sem dor.
No entanto, nos últimos anos, a Accabadora esteve no centro de numerosas polêmicas e debates, uma vez que seu papel foi frequentemente associado à eutanásia e ao suicídio assistido, práticas ilegais na Itália. Apesar disso, a Accabadora continua sendo uma figura presente na tradição sarda, e seu papel ainda é lembrado e respeitado em algumas comunidades da ilha.
A Sardenha é famosa por sua cozinha, que combina sabores e ingredientes típicos do Mediterrâneo com influências espanholas, africanas e catalãs. A gastronomia sarda é baseada principalmente em ingredientes de origem local, como peixe, carne de ovelha e cabra, o queijo sempre de ovelha e cabra, os produtos das plantações locais, como cuscuz, massa caseira e legumes.
Entre os pratos típicos sardos encontramos: o pão carasau, um tipo de pão fino e crocante, feito com farinha de trigo duro e cozido duas vezes no forno, o culurgiones, raviolis de massa recheados com queijo, batata e menta, cozidos em água salgada abundante e servidos com molho de tomate e pecorino, a fregula, uma massa à base de sêmola de trigo duro, que é cozida em água fervente e servida com sopas de peixe ou legumes, o porceddu, um leitão assado no espeto, frequentemente preparado durante festas e celebrações, o malloreddus, uma massa curta em forma de cilindro, geralmente temperada com molho de linguiça ou cordeiro, a su coccoi prena, uma espécie de focaccia recheada com queijo, legumes ou carne e a pallotte cun cicciara, bolinhos de carne de cordeiro ou cabra, cozidos com legumes e ervilhas.
Entre as sobremesas, não podemos esquecer as seadas, fritadeiras de massa folhada recheadas de queijo e mel, geralmente servidas quentes como sobremesa e o Pane 'e saba, um doce à base de farinha de sêmola de trigo duro, uva-passas e especiarias.
Por último, mas não menos importante, o mítico mirto: uma planta perene originária da Sardenha e da Córsega, conhecida por seu aroma intenso e suas bagas vermelhas, utilizada tanto para fins decorativos quanto culinários. As bagas de mirto são colhidas no final do verão e utilizadas para preparar licores, como o famoso "Mirto sardo". Este licor é obtido pela infusão das bagas de mirto em álcool puro, e geralmente é servido como digestivo ou como acompanhamento a doces. O mirto também é utilizado na cozinha para temperar carnes, peixes e legumes, tanto fresco quanto seco. Além disso, as folhas de mirto são frequentemente usadas para aromatizar o pão sardo "pane carasau" e para preparar chás e infusões.
Agora que você descobriu algumas curiosidades sobre a Sardenha, não resta mais nada a fazer a não ser saborear seus produtos e organizar uma viagem magnífica!
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