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Alessandro Dal Degan, o "druida" estrelado de Asiago

Viver no altiplano de Asiago não é apenas viver: é compartilhar uma terra rica em história, de fervor apaixonado, de luta, de sangue de paixão patriótica e de um grande senso da existência. O altiplano se desenvolve em oito municípios: Asiago, Conco, Gallio, Roana, Enego, Foza, Lusiana e Rotzo. Muitos desses nomes estão ligados a uma história secular e vêm de populações nórdicas que chegaram a estes lugares em duas grandes ondas migratórias: a primeira por volta do ano 100 d.C., os Cimbros provenientes da Dinamarca; a segunda, mais importante, que deixou a marca indelével de uma cultura que ainda hoje é comum ao povo desta terra. Esta última era a população bávara no ano 1300 que se estabeleceu em sete municípios do Altiplano vicentino e em 13 municípios do altiplano da Lessinia veronesa. Roana, de maneira particular, representa o centro cultural desta antiga tradição e cultura teutônica. Viver em Asiago significa saborear o frio do gélido inverno que aqui já chegou a -30 graus. Significa aproveitar os perfumes e os aromas que bosques, campos e arbustos podem oferecer na primavera e no verão. Asiago é uma cidade nobre, vivida não apenas pelas famílias abastadas da cidade de Vicenza, mas também por muitos venetos e amantes da natureza vindos de todo o norte da Itália e da Europa.


Alessandro Dal Degan entre Turim e Florença

Neste contexto particularmente agradável, se destaca nos últimos anos um jovem chef extraordinário que se casou não apenas com a esposa que vive no altiplano, mas com o próprio altiplano. Ele fez sua essa localidade e a transferiu sabiamente para suas criações no prato. Sua experiência é uma fusão de culturas gastronômicas distintas. Sua infância é vivida entre Turim e Florença e a experiência florentina, também graças à excelente cozinha da mãe (originária de Asiago), acentua sua paixão por se tornar chef. Em Florença, ele estuda na escola de hotelaria e começa sua devoção à comida. Alessandro não é do tipo que joga apenas para participar, mas, já em suas primeiras aventuras pelas cozinhas toscanas, quer deixar uma marca indelével de seu virtuosismo. Ele quer imediatamente ter seu próprio espaço e, de 2002 a 2006, torna-se chef e proprietário do Restaurante “I Macchiaioli” em Sesto Fiorentino, destacando-se por sua habilidade e perfeição nos pratos. Alessandro começa sem passar pelas cozinhas dos grandes chefs; é um daqueles casos únicos em que se pode realmente declarar um autodidata. A experiência em Florença o faz ser conhecido pelo público e da província passa para a cidade dos Médici, Florença, no Café Targa. Finalmente, entra como Sous Chef no Restaurante Galloppa de Castellina in Chianti, recebendo sua primeira estrela Michelin.


Asiago… amor, cozinha e vida

Durante sua experiência em Florença, Alessandro volta com a mãe a Asiago e, entre as paisagens fascinantes do Altiplano, encontra o verdadeiro “fechadura” de sua vida e de sua carreira. Sua atual companheira, por quem decide se mudar definitivamente e deixar sua Toscana. É um fio existencial que o liga ao Altiplano, um patrimônio genético que a mãe deixou no cordão umbilical de Alessandro. Aqui ele encontra sua fonte de inspiração e a expressão mais simples que compendia e justifica uma nova vida. Uma palavra de cinco letras… Amor! Alessandro se mergulha de cabeça nesta nova terra que o acolhe e o corresponde. Graças ao sogro, Romeu Covolo, ele aprende a arte da colheita e do conhecimento do incrível patrimônio de ervas, flores, aromáticas, plantas, folhas, raízes, resinas, cascas, fungos, líquenes, que o Altiplano sabe expressar durante todas as estações. Finalmente, encontra seu alter ego na sala, que formará uma dupla inseparável, Enrico Maglio. Talento habilidoso na sala e nos vinhos, que pesquisa com esmero e curiosidade, tanto que surpreende sempre agradavelmente o cliente, por vezes entediado, com as mesmas garrafas. Em Asiago, após a experiência no Restaurante St.Hubertus, ele chega ao Hotel Sporting da família Rigoni, os conhecidos pelas conservas BIO, e em particular cuida do Restaurante La Tana, onde começa seu sucesso na cozinha com preparações que fogem do convencional e elevam o território a um nível que impressiona a todos, desde os grandes especialistas gourmet até os clientes que não esperam pratos tão inovadores e, ao mesmo tempo, que gritam pela natureza intocada do Altiplano. Alessandro não é mais apenas um cozinheiro, um grande chef, ele se torna um “druida” que eleva a natureza à essência.


Alessandro Dal Degan e a Estrela Michelin

Alessandro Dal Degan torna-se um jovem chef que gera discussão positiva e participa das mais importantes mostras internacionais de culinária com grande sucesso. Importantes caçadores de talentos, como Lugi Cremona, o reconhecem por sua liderança na cozinha, que tem poucos rivais. Em maio de 2013, ele se torna parte dos Jeunes Restaurateurs d’Europe, a mais prestigiosa expressão da culinária mundial. Em outubro de 2013, ele vence o prêmio Altemasi como “jovem do ano” para o Guia L’Espresso; ainda no mesmo ano, ganha o Leão de Ouro em Veneza como melhor chef italiano abaixo de 35 anos. Não negamos que ele foi também nomeado, por algumas revistas de moda, entre os chefs mais bonitos em circulação! Em 2015, ele muda seu Restaurante do centro de Asiago para a linda localidade de Kaberlaba, em uma Casa Vermelha. Aqui ele funda seu novíssimo Restaurante La Tana Gourmet, que em 2015 conquista finalmente sua primeira Estrela Michelin. Um objetivo merecido e, para muitos críticos, um pouco tardio, uma vez que a estrela, Alessandro, já a havia levado a Asiago muito tempo antes.


A marca Gesmàck

Seu novíssimo restaurante se torna um centro de experimentação e de pesquisa de novas formas de pratos com ingredientes incríveis que Alessandro sabe manusear com uma capacidade sem igual. Seu prato forte se torna um suculento e elegantíssimo caldo de casca que, à primeira vista, pode parecer absurdo, e, no entanto, é sem dúvida uma das experiências gourmet mais fascinantes entre suas criações. Desde o ano passado, Alessandro e toda sua equipe decidiram iniciar um projeto extraordinário que aproxima sua criatividade e seu virtuosismo também aos clientes em casa. Nasce Gesmàck, que em antiga língua cimbra significa sabor de bom. Uma linha de produtos incríveis que combina seu conhecimento das plantas, ervas e flores à habilidade de um chef estrelado.


Os três panetones gourmet de Alessandro Dal Degan

Alessandro Dal Degan está se destacando no mundo gourmet por seus fermentados de prestígio. Três Panetones, Clássico, Chocolate e Gengibre, Integral de Avelãs, que expressam uma agradabilidade e elegância difíceis de encontrar em outros exemplares, até mesmo entre os mais cotados. Um processamento artesanal com fermento natural e longos tempos de fermentação. Matérias-primas selecionadas e trabalhadas em suas cozinhas de Kaberlaba. Mais do que comer um panetone, Alessandro nos conduz a uma degustação experiencial onde o importante é, a cada vez, fechar os olhos e deixar-se levar pelos sabores e pelas expressões súbitas dos ingredientes. Três panetones, três obras-primas de forno que proporcionam emoções e sempre reavivam a mesma palavra simples de cinco letras… Amor!

Bernardo Pasquali

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